Após duras negociações, petroleiros assinam acordo coletivo de trabalho
Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2022 — Após diversas negociações e assembleias, os petroleiros finalizaram a assinatura da última contraproposta de acordo coletivo de trabalho (ACT) com a Petrobrás na quinta-feira, 15. O reajuste salarial, com reposição integral dos 8,73% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos doze meses, será aplicado na folha de pagamento do dia 25 de setembro, retroativo ao dia 1° deste mês e manutenção da data-base.
“A organização e a resistência dos trabalhadores diante do assédio da gestão da Petrobrás, alinhada ao atual governo, precisa ser celebrada. Esta é uma grande conquista para os petroleiros, e é referência para as demais categorias, que têm o desafio de garantir os mesmos direitos para todos os trabalhadores do setor”, exalta o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
O indicativo de aceitação do ACT foi aprovado com ampla maioria, por 92,60% dos votos (6,80% de votos contrários e 0,60% de abstenções), e assinado por 11 dos 12 sindicatos ligados à FUP. No Sindipetro-SP, o resultado segue sem definição até hoje, 16, devido a um entrave com a gestão da Refinaria de Paulínia (Replan), que procura impedir a realização de assembleias dentro de suas estruturas. Nos encontros realizados até então, um quadro parcial aponta para 89% de aprovação da contraproposta, não sendo possível a reversão do resultado final.
As votações das assembleias petroleiras são responsáveis por decidir os rumos e os tempos de campanha na luta pelo acordo coletivo, dentre outras pautas. O indicativo de manutenção da mobilização contra a privatização e em defesa da democracia também foi aprovado, com 97,70% de votos favoráveis (os contrários foram 0,94%, e as abstenções, 1,36%).
“É preciso que a categoria se mantenha em alerta contra o projeto de privatização da Petrobrás. A vitória deste resultado do ACT não pode ofuscar tamanha precarização da empresa, que é um bem do país, e está sendo usada como bode expiatório pelo atual governo. Precisamos nos manter fortes no propósito de uma Petrobrás para o povo, não para seus acionistas bilionários”, reforça Bacelar.