Campanha ‘Era Golpe, Não Amor’ promove suporte jurídico e psicológico para mulheres que sofreram estelionato sentimental

82% das mulheres brasileiras já iniciaram conversa com alguém por um app de relacionamento. 4 em cada 10 já foram impactadas por golpes nestes aplicativos
Entre os 3 golpes mais comuns, o pedido de dinheiro emprestado foi relatado por 53% das brasileiras, segundo pesquisa exclusiva

Criminosos seduzem vítimas em aplicativos de namoro para aplicar golpes

Quando uma mulher conhece alguém via aplicativo de relacionamento, se envolve afetivamente e vê suas economias indo embora, o que fazer? Além da culpa e da vergonha, por muito tempo não haviam respostas rápidas sobre como resolver o problema, até que a Netflix exibiu o documentário “Golpista do Tinder” e trouxe à luz uma realidade comum a 4 em cada 10 mulheres.
 

A iniciativa “Era Golpe, Não Amor” é um hub de apoio para mulheres vítimas de golpes financeiros em relações amorosas, chamado de estelionato estelionato sentimental, com:

  • Dados inéditos sobre o cenário do golpe financeiro em relacionamentos afetivos fornecidos por pesquisa da Hibou – empresa de pesquisa e monitoramento;
  • Esclarecimentos jurídicos concedidos por Silvia Chakian, Promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, e integrante da Promotoria Especializada de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público de São Paulo;
  • Apoio e contatos para acesso a suporte jurídico gratuito da NAVV – Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do Ministério Público de São Paulo;
  • Atendimento psicológico gratuito de terapia EMDR, abordagem terapêutica recomendada pela Organização Mundial da Saúde para tratamento de estresse pós-traumático. As consultas são realizadas por profissionais da Associação Brasileira de EMDR, mediante cadastro;
  • Dicas da Kickante e canal do projeto – plataforma brasileira de vaquinha online – para orientar e incentivar a criação de crowdfunding em busca de reaver os prejuízos com o golpe.

O hub “Era Golpe, Não Amor” é uma iniciativa da agência de comunicação FRESH PR, com a parceria da Associação Brasileira de EMDR, da Hibou Pesquisas e da Kickante. A ação conta com o apoio de conteúdo e acessos da NAVV – Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do MPSP e Phono Filmes.
 

Você não está sozinha: 4 em cada 10 mulheres já foram impactadas

Segundo o levantamento Golpe Amoroso Digital, conduzido pela Hibou Pesquisas, exclusivamente para o projeto “Era Golpe, Não Amor”, 4 em cada 10 mulheres já foram impactadas, de alguma forma, por golpes em aplicativos de relacionamento. A pesquisa foi desenvolvida a partir de respostas de mais de 1200 mulheres brasileiras (março de 2022).
 

A lábia de golpistas atinge mulheres de todas as faixas etárias e classes sociais. Tanto é que 22% das mulheres afirmam conhecer alguém que passou por abordagem de um golpista nos aplicativos, 9% dizem que foram abordadas diretamente e perceberam na hora, e 7% foram abordadas e perceberam apenas depois de alguma interação.
 

Fragilizadas e envolvidas emocionalmente, elas buscam infinitas formas de agradar o “parceiro”. Os casos seguem a mesma lógica: começam com a paixão e promessas de algum futuro, passam pelo pedido “carinhoso” de apoio financeiro, e terminam com o sumiço. As abordagens do “crush” podem acontecer de diferentes formas que resultam em impacto no bolso e na saúde mental das mulheres.
 

O golpe financeiro é o mais comum

Os três golpes mais comuns relatados por elas estão, de fato, relacionados às finanças, mesmo que tenham sido bem sucedidos ou não. 53% das mulheres afirmam que o golpista pediu dinheiro emprestado; e 25% solicitou ajuda para pagar alguma conta. Outro engano sofrido pelas mulheres: 39% passaram por mentiras ou invenções sobre a vida real do “crush”.
 

Entre as mulheres que sofreram perdas por estelionato sentimental, 12% afirmam que perderam mais de R$5.000; 20% perderam entre R$500 e R$2.000; 10% até R$500; e 3% perderam de R$2.000 a R$5.000.
 

Impacto emocional

“Quando veem suas economias e sua vida financeira desmoronarem por serem enganadas amorosamente, as vítimas encaram questões emocionais profundas, como depressão, ansiedade, baixa autoestima, entre outros. Infelizmente, elas sentem que foram inocentes, burras e até mesmo coniventes com o criminoso”, explica Ana Lúcia Castello, Presidente da Associação Brasileira de EMDR. “A terapia focada na cura do stress pós-traumático é uma importante ferramenta para que as vítimas possam seguir a vida e se reerguer rapidamente”.


Dentre os danos emocionais, 38% das mulheres relatam que mudaram sua perspectiva quanto a conhecer pessoas pela internet; 29% desistiram de usar sites/apps de relacionamento; 14% desistiram de procurar alguém para se relacionar; 14% mudaram a perspectiva sobre conhecer novas pessoas; e 10% passaram por depressão.


Esse crime tem nome: Estelionato Sentimental

Embora não exista uma lei com a nomenclatura específica para o Estelionato Sentimental, a prática criminosa é identificada pelo artigo 171 do Código Penal – ato de “obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.


“Por falta de conhecimento, muitas mulheres deixam de procurar o equipamento jurídico para se defenderem desse tipo de abuso e violência psicológica”, diz Silvia Chakian. “Mas existem diversos caminhos possíveis na lei. O mais importante é que as vítimas entendam que elas passaram, sim, por um crime e podem buscar a justiça”.


O hub “Era Golpe, Não Amor” promove esclarecimentos jurídicos e acesso aos equipamentos públicos disponíveis atualmente, inicialmente em São Paulo (SP) para garantir acolhimento e suporte jurídico a mulheres vítimas de abuso emocional – inclusive financeira: a Casa da Mulher Brasileira e o NAVV.


“Nós como instituto de pesquisa, acreditamos que os números devem ser ainda maiores, pois muitas mulheres ainda têm vergonha de expor esse tipo de situação. É o momento para ajudar e encorajar mulheres a percorrerem o caminho da superação e recuperação”, afirma Lígia Mello, sócia da Hibou e responsável pela pesquisa inédita.


“A Kickante tem como premissa ajudar pessoas a levantarem fundos para os mais variados propósitos. Oferecer a possibilidade de resgate financeiro a mulheres vítimas de golpes como o estelionato sentimental faz todo sentido para nós. Por isso entramos nessa iniciativa com um canal específico onde as interessadas podem criar suas campanhas de forma gratuita e confiável”, diz Candice Pascoal, fundadora e CEO da Kickante.


  “A FRESH PR é uma agência de comunicação liderada por mulheres que promovem o trabalho de relações públicas com propósito. Esta iniciativa nasceu da urgência de fazermos a diferença na vida de mulheres vítimas de golpes financeiros em relacionamentos amorosos. Temos como objetivo, usar a expertise do PR para despertar a atenção delas para a prática de estelionato sentimental, e oferecer informações e suporte psicológico”, diz Desiree Hamuche, sócia da FRESH PR.

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