Cresce participação de mulheres na indústria automotiva brasileira em dez anos

Neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Data OLX Autos, braço de análises do mercado automotivo da maior plataforma de compra e venda online de automóveis no Brasil, compartilha uma avaliação sobre a participação de mulheres no segmento automotivo nacional, reunindo informações da plataforma e de dados mais recentes do mercado de trabalho formal (RAIS – Relação Anual de Informações Sociais). De acordo com a análise, em 2021, elas representavam 19,4% da força de trabalho nas firmas da indústria automotiva no país, contra 16,8% em 2011 – um crescimento de quase três pontos percentuais.   A pesquisa também indica um pequeno aumento da participação das mulheres nos empregos formais do setor de comércio de automóveis, indo de 22,6% em 2011 para 23,1% em 2021; e aponta que, entre os anunciantes privados de automóveis na plataforma da OLX, 19,6% são mulheres.   “Apesar da participação feminina no comércio de automóveis ser maior do que na indústria automotiva, há uma grande diferença quando se compara com o setor de comércio como um todo, em que as mulheres respondem por 44,1% das pessoas empregadas, um percentual que se aproxima mais da realidade da divisão populacional do país. Interessante notar que a participação de mulheres anunciantes privadas na OLX é muito próxima ao das profissionais formalmente empregadas no setor de comércio de automóveis”, comenta Mariana Wik Atique, economista do Data OLX Autos.   O relatório traz ainda que, em 2021, de acordo com os dados mais atualizados do mercado de trabalho formal registrados na RAIS, o setor automotivo brasileiro contratou diretamente cerca de 1 milhão e 400 mil pessoas, sendo 425 mil na indústria e 950 mil na comercialização de veículos, peças e acessórios e na manutenção e reparação dos mesmos.    De acordo com a análise do Data OLX Autos, ao longo dos últimos 10 anos, a evolução do número de empregados na indústria automotiva esteve de acordo com a trajetória da produção do setor.   “Mesmo com a baixa participação feminina no mercado de trabalho formal do setor automotivo brasileiro (tanto industrial quanto comercial), vimos que uma redução geral da quantidade de postos de trabalho no passado recente esteve acompanhada de um aumento da participação feminina, sinalizando que as mulheres foram relativamente menos afetadas por essa redução geral. Ainda há dúvidas sobre os canais responsáveis por esse movimento, mas aparentemente a mensagem que fica é de que ainda há espaço a ser ocupado por elas nesses setores, que historicamente são ocupados majoritariamente por homens”, afirma Mariana. 


 
“Embora seja observado um pequeno avanço, a presença feminina nesse segmento ainda é abaixo da média na indústria de transformação como um todo; em 2021, tinha 30,2% de sua força de trabalho composta por mulheres”, afirma a especialista do Data OLX Autos. 
 
Segundo dados reunidos pelo estudo, o setor industrial com maior participação feminina é o de Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios, com 72,4% de presença, enquanto o setor com maior desigualdade de gênero é o de Metalurgia, com somente 11,4% de mulheres.
 
Recorte por estados
 
A pesquisa também aponta Sergipe como o estado brasileiro líder em presença feminina na área industrial automotiva (51,2%) e o Amazonas com o maior percentual de trabalhadoras no comércio de autos (28,7%).

 
A análise por estados indica que há diferenças regionais na desigualdade de gênero no setor. O estado de Sergipe surpreende com mulheres representando mais da metade dos empregados formais na indústria automotiva do estado, enquanto alguns estados da região Norte se destacam pela menor desigualdade no que se refere ao percentual de mulheres empregadas no comércio de automóveis.
 
Perfil das profissionais do setor
 
O levantamento do Data OLX Autos aponta que, em 2021, 58% das mulheres que trabalhavam na indústria automotiva tinham entre 30 e 49 anos (com homens, essa faixa de idade representa 61%). Em termos de escolaridade, 60,2% das trabalhadoras desse segmento têm ensino médio completo, ante 65% dos homens.  
 
Já na área comercial, a faixa etária entre 30 e 49 anos representa 52% das mulheres atuantes e 48% dos homens. Em relação à formação escolar, 62,8% concluiu o ensino médio contra 68,1% dos homens. 
 
Conquistas e desafios
 
“Apesar de muitos avanços na discussão e nas políticas voltadas à redução da desigualdade de gênero, ainda há muitas lacunas no conhecimento geral ligado a este tópico. Uma revisão de literatura feita para a Comissão Europeia em 2021, por exemplo, mostra que os efeitos da automação industrial sobre o emprego e a diferença desses efeitos sobre trabalhadores homens e mulheres podem ser positivos ou negativos”, explica Mariana.
 
A especialista do Data OLX Autos lembra que a busca pela igualdade de gênero e empoderamento feminino faz parte dos chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. “Tais objetivos são frequentemente buscados por companhias que querem sinalizar aos seus stakeholders o quanto estão comprometidos com a sustentabilidade de seu negócio. Em um levantamento recente publicado na revista Sustainability por pesquisadores da University of Zadar, na Croácia, pudemos ver que dentre cinco grandes companhias dessa indústria (Toyota, Mercedes Benz, BMW, Honda e Hyundai), quatro tiveram estratégias ativas voltadas à igualdade de gênero em seus relatórios de sustentabilidade de 2020.”
 
Sobre a OLX Brasil
 
No Brasil desde 2010, a OLX Brasil tem a missão de empoderar as pessoas a alcançarem seus sonhos, reinventando o modelo de consumo. A empresa é 100% digital e faz isso por meio de tecnologia desenvolvida localmente, ajudando seus usuários a comprar e vender quase tudo de maneira rápida, segura e conveniente. Ao encorajar o reuso, a OLX Brasil contribui com a redução de lixo, de emissões de CO2 e incentiva o uso de recursos naturais, dando aos itens segunda, terceira e até uma quarta vida. 
 
Com a aquisição do Grupo ZAP, concretizada em novembro de 2020, a OLX Brasil passa a contar com duas verticais: OLX, que segue operando como plataforma horizontal com as categorias de Autos, Imóveis, Bens de Consumo, Empregos e Serviços, além da carteira digital OLX Pay; e ZAP+, totalmente focada em imóveis e responsável pelas marcas ZAP, Viva Real, DataZAP+, Anapro+, Geoimovel, Conecta Imobi e ZAP+Fin. O ZAP+ também passa a comercializar todos os produtos de imóveis das diferentes marcas do grupo.
 
A aquisição envolveu a compra de 100% das ações do Grupo ZAP. Os acionistas da OLX Brasil continuam sendo os dois dos principais grupos globais de mídia e investimento em marketplaces: Prosus N.V. (50%), listada na bolsa de Amsterdam e majoritariamente controlada pela Naspers Ltd, e Adevinta ASA (50%), listada na bolsa de Oslo e controlada pelo grupo norueguês Schibsted.
 
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