Pedidos de recuperação judicial aumentam 60% em janeiro; alta já havia sido registrada em 2023
Por: Felipe Granito*
Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito aponta que estratégia jurídica adequada pode reverter cenário de negativo
Março, 2024 – Com mais de 6,6 milhões de empresas inadimplentes, o Brasil segue registrando aumento nos pedidos de recuperação judicial. Segundo dados da Serasa Experian, em janeiro de 2024 o crescimento foi de 60%, em comparação ao mesmo período do ano passado. A alta foi puxada pelas micro e pequenas empresas, que registraram 99 pedidos, dos 149 registrados no mês.
O balanço de 2023 da Serasa apontou que, no último ano, o Brasil registrou aumento de 68,7% nos pedidos de recuperação judicial, quando comparado ao ano anterior, sendo o quarto maior (1,4 mil pedidos) já registrado desde 2005.
Especialista em recuperação empresarial, o advogado Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, explica que diversos fatores explicam esse cenário. “Houve uma redução na oferta de crédito por instituições financeiras para as empresas no ano passado. Isso trouxe ainda mais dificuldade para conseguirem fôlego para se manterem. Além disso, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que costumavam substituir esse fomento, acabaram migrando boa parte de suas operações para o agro, o que acabou reduzindo ainda mais a oferta para os demais setores”.
O advogado ressalta que é possível não deixar a situação chegar a esse ponto. Para isso, o empresário precisa estar atento para buscar o auxílio quando ainda é possível a recuperar-se, evitando medidas mais drásticas, como a recuperação judicial. “As empresas podem recuperar a saúde financeira antes de pensarem em um processo de quebra ou recuperação judicial. Em nosso escritório, temos conseguido uma taxa média de desconto superior a 80% ao negociar com os credores, inclusive bancos, além de um trabalho de reestruturação da empresa”, afirma.
O advogado Felipe Granito está à disposição para entrevistas para explicar como as empresas podem reverter a situação de crise e as consequências de uma recuperação judicial.