Um terço dos CEOs do mundo tem dúvidas sobre a viabilidade de seus negócios, e no Brasil, a Reforma Tributária agrava o cenário

Especialista aponta que a união entre inteligência artificial e profissionais com expertise tributária serão cruciais para a eficiência das empresas
Um terço dos CEOs no mundo, segundo uma pesquisa da PwC – 26ª Global CEO Survey, expressa dúvidas sobre a viabilidade econômica de suas organizações nos próximos 10 anos, destacando a necessidade urgente de investir na transformação dos negócios.
Isso ocorre também no campo tributário, já que no Brasil, a reforma traz um desafio adicional aos empreendedores. Até 2033, quando as mudanças estiverem totalmente implementadas, empresas e profissionais precisarão navegar por novas regras, exigindo atualizações constantes para garantir o cumprimento das obrigações fiscais.
Para o especialista Lucas Ribeiro, a inteligência artificial pode tornar o processo de adaptação à reforma tributária mais simples. Essa tecnologia, ao automatizar processos e reduzir erros, proporciona maior eficiência, economia e produtividade para as empresas.
Contudo, não basta investir apenas em tecnologia de ponta, profissionais com expertise tributária estão se tornando cada vez mais essenciais no mercado atual. Com a promulgação da reforma tributária no apagar das luzes de 2023 e as empresas enfrentando desafios complexos, esses profissionais desempenharão um papel importante na análise e gestão de dados estratégicos. Então, o desafio é “unir o útil ao agradável”.
Atualmente, as empresas buscam profissionais capazes de compreender as mudanças propostas pela reforma tributária, que possam avaliar seus impactos nas operações empresariais e oferecer orientações estratégicas para garantir conformidade fiscal e eficiência financeira. E tudo isso só pode ser feito em sintonia com a inteligência artificial.
“A reforma tributária realmente deve simplificar toda a gestão de tributos no Brasil, mas isso só será realidade a partir de 2033, até lá o cenário será ainda mais desafiador e teremos que conviver com “dois” sistemas tributários, uma série de complexidades de parametrizações, interpretações e ajustes ano a ano”, diz Lucas Ribeiro, que também é fundador e CEO da ROIT, empresa de inteligência artificial para a gestão contábil, fiscal e financeira.

Lucas Ribeiro durante sua palestra no evento trouxe informações sobre a hiperautomação fiscal e financeira
Nesse contexto desafiador, profissionais com competência tributária, apoiados por ferramentas inovadoras e análise de informações estratégicas, se tornam imprescindíveis para auxiliar as organizações a navegar pelo complexo contexto tributário. Ribeiro destaca que a aplicação de inteligência artificial na gestão tributária, tanto para o cenário atual, como para a transição e o pós transição. É somente com a hiperautomação que as empresas poderão ter sucesso nessa jornada, reduzindo brutalmente seu esforço humano, custos, ineficiências e, principalmente, erros e contingências.
Todas essas diretrizes foram destacadas pelo profissional durante o SAB CEO 2024, uma imersão de três dias que reuniu 70 presidentes das maiores empresas do país. O evento teve como tema central “Liderar em tempos incertos exige uma mentalidade aberta à mudança e à inovação”. Na ocasião, o CEO ministrou a palestra, Hiperautomação fiscal e financeira com inteligência artificial e os impactos da reforma tributária.
Ribeiro começou sua explanação parafraseando Albert Einstein, dizendo: “o impossível existe até que alguém duvide e prove ao contrário”. Em seguida, explicou que a robotização de processos na área tributária consiste na automatização de tarefas rotineiras e repetitivas, como a geração de relatórios, o preenchimento de documentos fiscais, a conciliação de dados contábeis, entre outras atividades. “Ao utilizar tecnologia sofisticada, é possível reduzir o tempo gasto nessas tarefas, minimizar erros humanos e liberar os profissionais para se dedicarem a atividades mais estratégicas e analíticas”, comentou.
Além disso, a hiperautomação de processos traz benefícios como a padronização das atividades, garantindo maior consistência na execução dos procedimentos tributários. Os robôs podem ser configurados para seguir regras pré-estabelecidas, verificando automaticamente a conformidade dos dados conforme a legislação vigente, evitando erros de cálculo ou omissões. “Isso contribui para a redução de riscos fiscais e o cumprimento das obrigações tributárias de forma precisa e eficiente”, garantiu Ribeiro, destacando que outro ponto importante de se investir em inteligência artificial na área tributária é a execução de tarefas de forma mais rápida, uma vez que a solução é programada para processar grandes volumes de informações em um curto espaço de tempo. “Isso é especialmente útil em períodos de fechamento contábil ou obrigações fiscais com prazo determinado, pois garante que tudo seja realizado dentro do prazo estabelecido, evitando multas e penalidades”.
Por fim, vale lembrar a frase dita por Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. A adaptabilidade e a busca constante por conhecimento são as chaves para enfrentar os desafios e prosperar em um ambiente em constante evolução, especialmente com o avanço da Inteligência Artificial, em meio a reconstrução do sistema tributário brasileiro. Dois temas críticos e presentes na agenda de qualquer CEO pelos próximos 5 anos.

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