Análise Boa Vista: vendas caem forte em dezembro, mas varejo restrito encerra 2022 com alta de 1,0%

No último trimestre do ano passado fora observada alta de 1,4% em comparação ao mesmo período de 2021.

São Paulo, 9 de fevereiro de 2023 – De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 2,6% entre os meses de novembro e dezembro na comparação dos dados dessazonalizados. No mês a queda foi disseminada entre os principais segmentos do varejo restrito, “Tecidos, vestuário e calçados” caiu 6,1%, seguido de “Combustíveis e lubrificantes” e “Móveis e eletrodomésticos”, ambos com queda de 1,6%, e por “Super e hipermercados”, que recuaram 0,7%. O resultado fez com que o volume médio das vendas no 4 º trimestre de 2022 fosse 0,7% menor em comparação ao 3º trimestre do mesmo ano.

Na série de dados originais fora verificada alta de 0,4% na comparação interanual e 1,4% na comparação entre o 4º trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021. Esse resultado era esperado, não só pelo fato de que a base de comparação era mais fraca, lembrando que no último trimestre de 2021 fora observada queda de 4,6% em comparação ao mesmo período de 2020, como também pela melhora nos números do mercado de trabalho. Desde o final de 2021 até o dado mais recente, referente ao mês de novembro de 2022, foram preenchidas quase 4 milhões de novas vagas de emprego segundo o IBGE, a população empregada ficou próxima da marca de 99,7 milhões de pessoas e a taxa de desemprego recuou de 11,1% para 8,1% neste período.

Contudo, a variação foi tímida, o volume de vendas no 4º trimestre de 2022 ainda está abaixo do volume observado no mesmo período de 2020 (-3,2%) e só um pouco acima do volume observado no mesmo período de 2019 (+0,8%). Isso mostra como a inflação e os juros afetaram a renda e a capacidade de pagamento dos consumidores nos últimos anos.

Por fim, na análise de longo prazo o varejo restrito encerrou o ano passado 1,0% a frente da marca de 2021, mas vale ressaltar que alguns segmentos do varejo trilharam caminhos opostos neste período, enquanto, por exemplo, o segmento de “Combustíveis e lubrificantes” subiu 16,6%, o segmento de “Móveis e eletrodomésticos” recuou 6,7%.

“Os dados do IBGE foram antecipados de perto pelo indicador da Boa Vista de Movimento do Comércio, que havia encerrado o ano em alta de 1,3%. No entanto, esse resultado positivo não deixa para trás os problemas enfrentados pelo consumidor ao longo do ano passado, como inflação e juros altos. Ambos devem permanecer elevados este ano, além disso o crédito deve desacelerar de forma mais nítida e a melhora observada no mercado de trabalho não deve se repetir neste período. A queda no volume entre o 3º e o 4º trimestre do ano passado também corrobora com isso. Desta forma, este ano promete ser ainda mais desafiador ao varejo, que, por ora, tende a crescer menos do que em 2022”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

Sobre a Boa Vista

A Boa Vista, empresa brasileira de inteligência analítica, foi criada em 2010 a partir do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o primeiro banco de dados do país, consolidando-se como referência no apoio à tomada de decisão em todas as fases do ciclo de negócio.​

É precursora do Cadastro Positivo e no propósito de incluir consumidores no mercado de crédito, apoiando-os na construção de um relacionamento sustentável com as empresas credoras, por meio da disponibilização de informações de educação financeira e serviços gratuitos em seus canais oficiais como o site www.consumidorpositivo.com.br e o app Boa Vista Consumidor Positivo.​

A empresa tem por princípio a segurança e a privacidade dos dados e suas soluções estão 100% em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), tendo sido reconhecida como a primeira do segmento financeiro e de gestão de bancos de dados a obter a certificação ISO 27701, norma internacional referente à segurança e privacidade da informação.​ Em 2020, a Boa Vista tornou-se a primeira empresa de capital aberto em seu segmento, dando início à uma estratégia de crescimento por meio de aquisições de empresas com as mesmas características na aplicação de inteligência analítica às suas soluções, como a Acordo Certo – especialista em recuperação de crédito – ​e a Konduto, autoridade em antifraude para e-commerce e pagamentos digitais. Em 2021, também de forma pioneira, lançou o CEA (Centro de Excelência em Analytics), levando a empresa para a fronteira do conhecimento no desenvolvimento de algoritmos de alta performance.

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