Primeiro ano de Governo Lula foi o esperado? Especialista da ESPM comenta as expectativas para 2024
Por Paulo Ramirez*
O primeiro ano de governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado por momentos de reconstrução e desafios para o petista. Em seu retorno ao Palácio do Planalto para cumprir o terceiro mandato, Lula editou 48 medidas provisórias (MPs) entre janeiro e dezembro de 2023.
Paulo Ramirez, professor de ciências políticas da ESPM, acredita que o primeiro ano de governo teve sucesso, apesar de ter um custo caro para a população em função das emendas parlamentares.
Ramirez ainda afirma que as expectativas para 2024 são altas e que Lula conseguiu agradar o “centrão” no último ano. “Estão previstos em torno de 50 bilhões de reais para atender os partidos do centrão, o que demonstra que o Lula soube jogar o jogo, fornecendo mais cargos em 2023 e expandindo a quantidade de ministérios nas mãos deles”, diz. “Para aprovar qualquer projeto ele terá que negociar bastante com o Congresso”, completa o professor da ESPM.
Durante 2023, o presidente obteve alguns sucessos, como a estabilização da inflação abaixo do esperado pelo mercado, redução dos preços de combustíveis e alimentos, e ligeiro aumento do salário mínimo em relação à inflação. “Lula tem para 2024 um crédito por ter feito esses primeiros avanços, o que torna o ano ainda mais importante”, aponta Paulo Ramirez.
O especialista em ciências políticas da ESPM acredita, no entanto, que as pautas do Congresso não terão tanto sucesso por ser um ano de eleição. “Talvez em maio e junho não tenhamos grandes decisões tomadas pelo Congresso em nível federal, já que os políticos não vão querer se comprometer com o governo Lula”, afirma. Entre essas pautas está o término da reforma fiscal e a reforma administrativa.
As expectativas do governo para 2024 são expandir a quantidade de investimentos estrangeiros no país, e aumentar o grau de competitividade do país na indústria e na agricultura. “Há ainda a previsão pelo mercado de uma estabilidade inflacionária, até mesmo a queda do dólar se não houver nenhum grande impacto político-econômico externo”, diz Paulo.